segunda-feira, 12 de maio de 2008

Lucro da Petrobras salta 68% no trimestre e fica em R$ 6,925 bilhões

O lucro da Petrobras ficou em R$ 6,925 bilhões no primeiro trimestre deste ano, segundo divulgou a estatal nesta segunda-feira (12).
O resultado representou um salto de 68% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, quando atingiu R$ 4,131 bilhões.
O desempenho da empresa dos três primeiros meses de 2008 ficou acima do que previam os analistas do mercado, cujas estimativas variavam entre R$ 5,6 bilhões e R$ 6,2 bilhões.
No primeiro trimestre, a receita líquida da estatal somou R$ 46,892 bilhões, montante 21% acima do apurado no mesmo intervalo de 2007. A estatal anunciou que os ganhos antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês)
subiu 26%, para R$ 13,876 bilhões, frente aos R$ 10,978 bilhões do primeiro trimestre do ano passado.
"O lucro operacional cresceu porque cresceu a produção e cresceram os preços. E trabalhamos na redução dos custos operacionais", afirmou a jornalistas o diretor financeiro da companhia, Almir Barbassa, na sede da Petrobras no Rio de Janeiro.

Influências

O fato de a empresa ter encerrado no ano passado os gastos extraordinários com contribuições ao fundo de pensão dos funcionários beneficiou fortemente os resultados financeiros, situação que já era, de certa forma, esperada pelo mercado.
A empresa também citou a menor apreciação do real no primeiro trimestre deste ano como um fator que colaborou para o melhor resultado financeiro. O comportamento do câmbio provocou um efeito positivo de R$ 535 milhões sobre o resultado financeiro líquido da estatal.

"O lucro líquido cresceu mais porque teve um impacto menor da valorização do real. No primeiro trimestre de 2007 o real se valorizou em 4% e nesse trimestre apenas 1%", acrescentou Barbassa.

Houve uma redução de R$ 150 milhões nas despesas operacionais em função da extinção da CPMF, a partir de janeiro deste ano, de mais R$ 741 milhões que a empresa identifica como outras despesas operacionais.
Também houve aumento nas despesas de vendas, de R$ 177 milhões, em decorrência de maiores gastos com fretes - resultado de maiores volumes vendidos e aumento no custo médio em distribuição, na atividade offshore (em alto mar) e crescimento no provisionamento de crédito de liquidação duvidosa.

Produção

De acordo com o relatório trimestral divulgado pela estatal, a produção média de óleo e gás cresceu 2% em relação ao primeiro trimestre de 2007, "devido à entrada em operação dos FPSO (plataforma flutuante) Cidade do Rio de Janeiro, Piranema e Cidade de Vitória e das plataformas P-52 e P-54."
Apesar da alta, a Petrobras reconhece que a produção não se comportou como o esperado no primeiro trimestre, em função de atrasos relacionados à disponibilidade de embarcações de apoio às operações offshore. Os atrasos obrigaram a estatal a adiar o pico de produção das unidades P-52 e P-54 para o segundo semestre deste ano. A Petrobras ressalta que a produção do campo de Golfinho também vem sendo prejudicada por problemas operacionais.
O volume de vendas total da empresa ficou praticamente estável no primeiro trimestre, am comparação com o mesmo intervalo de 2007, passando de 3.205 mil barris por dia para 3.212 mil barris.
"Vale destacar o crescimento da produção de gás natural doméstico no trimestre: 11% em relação ao 1º trimestre de 2007 e 10 por cento em relação ao trimestre anterior", informou o comunicado da empresa.
Os investimentos realizados pelo Sistema Petrobras no primeiro trimestre de 2008 atingiram R$ 10,197 bilhões, uma alta de 23% sobre o mesmo período do ano passado, de acordo com o balanço da companhia, divulgado hoje. Registraram, porém, queda de 31% em relação ao 4º trimestre de 2007, quando foram de R$ 14,679 bilhões.

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